Quem viveu os anos 90 certamente se lembra do Tamagotchi, aquele bichinho virtual japonês que precisava ser alimentado, limpo e cuidado para não “morrer”. Foi uma febre mundial. Passadas algumas décadas, parece que estamos revivendo uma versão atualizada desse fenômeno, só que agora com um grau de realismo e complexidade muito maior. Depois dos pais de pets e dos pais de planta, surge um novo perfil: os pais de bonecas reborn — adultos que investem tempo, dinheiro e afeto em bonecas hiper-realistas, tratadas como se fossem bebês de verdade. Elas recebem nomes, ganham roupas personalizadas, são levadas em carrinhos e até em viagens. Há influencers que mostram sua rotina com as bonecas, hotéis especializados em “hospedar” reborns, salões de beleza para “cuidados maternos”, aulas de “educação reborn” e um vasto mercado de acessórios, bijuterias, certidões fictícias e serviços personalizados. A indústria agradece. A pergunta inevitável é: por que um adulto, com boletos para pagar e r...